terça-feira, 25 de novembro de 2008

Apeteceu-me partilhar

Eu costumava escrever muito... andava sempre de bloquinho na carteira ou na mochila, ou quando isso faltava havia sempre guardanapos, bilhetes de comboio usados, qualquer coisa servia porque de repente dava-me um vibe e pronto, lá tinha eu que escrivinhar qualquer coisita, nem que fosse um "foda-se que este parvo tá-se a chegar muito a mim no autocarro!!!!" (pardon my french^^).
Perdi esse hábito, como tantas outras coisas, de há uns tempos para cá.
Ando com a vida em sobressalto, mas tenho algo de que pouca gente se pode gabar: alguém que me ama, com todos os meus defeitos, e são tantos, e que razão melhor e maior existe para voltar a escrever senão o Amor. E não um amor qualquer, mas sim o amor daquela pessoa que às vezes se leva a vida toda sem encontrar. Chamem-lhe alma gémea, cara metade, o mais que tudo... eu chamo-lhe Marco e devo-lhe parte da minha vida e todo o meu coração!
Hoje custou-me a acordar. Mais um dia, igual a tantos outros... Tenho 2h oficialmente ocupadas e o resto, é o vazio constante a que ainda não me habituei após tanto tempo. Amo este país, de corpo e alma e com força, aquela força bruta que as gentes do Porto teimam em ter apesar de tudo e de todos. Amo este país e esta cidade ainda mais, e todos os dias sinto que me roubam um bocadinho desse amor. A frase que mais ouço e leio " se tivesse nascido noutro país agora estava bem melhor..." Chega a doer na alma. Sempre fomos derrotistas, mas somos também lutadores e membros de um força tipo Resistência em tempos de guerra. Mas sinto a capa a ser perfurada, sinto o tempo a passar e nada a melhorar, nada por que me alegrar. Acho que vou ter que ir embora outra vez. Já tentei duas vezes e falhei... mas falhanços daqueles monumentais. É triste que aos 32 anos, sem nada a que possa chamar de meu (nem o computador porque ainda o estou a pagar:p), tenha que ver o desalento nos olhos dos meus pais, tenha que viver com este sentimento dentro de mim de que não valho grande coisa porque se valesse alguém já tinha reparado carago...E agora comecei este blog, nem sei muito bem porquê. Se não for por mais nada, ao menos vou ocupando mais uns minutos... E o tempo vai passando, à velocidade da luz quando já se passou dos 30, e a passo de caracol enquanto se espera por uma solução, por uma resposta aos mais de 40 currículos que se manda diariamente e aos quais ninguém se digna a responder, nem para dizer: "Não, não precisamos de ti pra nada..."